Morar Fora e o Efeito do Desenraizamento Cultural
A experiência de morar em outro País, quando finalizada, traz em si o momento do retorno. Sentimentos ambivalentes e confusos veem à tona. Muitos viajantes, queixam-se ao voltarem, encontram parentes e amigos no mesmo tempo-espaço foram deixados. Enquanto, ele viajante foi transformado e já não cabe ali. E o que fazer como construir?
Viver em outro país é aumentar sua liberdade e diminuir suas raízes. Ao retornar ao seu país de origem, a sensação é a de volta ao passado. Uma vez que, fez várias aquisições no aspecto emocional, cultural ,de hábitos e costumes; muitos dos quais não se aplicam à história pregressa. O viajante adquiriu uma nova personalidade.
Além disto, a autonomia enquanto vivia fora era maior. As convenções, compromissos familiares e sociais estavam suspensos. Havia maior liberdade para ser e desejar.
O desafio é conviver e reencontrar com o “seu Eu” do passado , todas as obrigações, geram cansaço. Você sente-se dissonante da cultura , dos costumes, sentimentos como tristeza, sensação de não pertencimento, intolerância e isolamento.
Além disso, o maior vazio vivenciado neste processo de retorno, costuma acontecer por não haver mais a sensação de desafio/aprendizagem diária que a vida em outros países proporcionam.
Retornar ou Construir
Para lidar de maneira consciente com este vazio; buscar aprender coisas novas, conhecer novos amigos, manter o espírito de aventura, praticas de atividades esportivas, entre outros prazeres será importante. Outra dica, manter o autoconhecimento em construção ( muitas horas sozinho em outro local cria automaticamente esta condição) , a Psicoterapia pode ajudar nesta adaptação.
Enfim, entre Retornar ou Construir…Opte pela palavra construir.
Construa um novo ambiente de vida, para esta nova pessoa que você se tornou. Estamos em mudança diária, sempre. Procure dar espaço, existência à suas lembranças e aprendizados. Componha sua história, imagine sua vida e construa sentido àquilo que realmente importa à este “Novo Eu”. Seja livre e consciente da sua alteridade. Seja corajoso e livre mesmo na “casa” Pátria Mãe. A sensação de amarras é subjetiva ,e livrar-se delas, princípio é um trabalho interno.
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